Ministro da Previdência, Carlos Lupi diz que não era o valor que o governo gostaria, mas o que foi “possível”
Fonte: www.poder360.com.br
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse nesta 3ª feira (28.mar.2023) que o CNPS (Conselho Nacional da Previdência Social) aprovou o teto de 1,97% de juros para empréstimos consignados. Segundo ele, o valor não é o desejado pelo governo, mas o “possível”. “Foi aprovado pelo Conselho uma taxa não como a gente gostaria, mas a possível, 1,97% para quem pega o consignado”, declarou.
Na semana passada, o CNPS reduziu de 2,14% para 1,7% ao mês o teto dos juros sobre o crédito consignado a aposentados e pensionistas do INSS. O órgão também diminuiu de 3,06% para 2,62% ao mês o limite da taxa para o cartão de crédito consignado. No fim da mesma semana, vários bancos privados e públicos, inclusive a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, suspenderam a oferta de crédito consignado do INSS. Segundo o Banco Central, apenas 4 instituições financeiras cobravam taxas menores que 1,7% ao mês: Sicoob (1,68%), Cetelem (1,65%), BRB (1,63%) e CCB Brasil (1,31%).
Segundo o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Sidney Oliveira, o governo e os bancos precisam sair do impasse e chegar a um patamar que atenda aos anseios da equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e também permita a viabilidade econômica de crédito consignado. Para Lupi, mesmo com o recuo do governo, o novo teto ainda é um avanço ao que havia anteriormente, antes da 1ª redução.
“Recuamos no que tínhamos proposto inicialmente, continuo achando a taxa alta […] Nem sempre é o que a gente quer, é o que é possível”, afirmou. Lupi disse que, com a mudança, acredita que o sistema financeiro volte a funcionar. Mais cedo nesta 3ª feira (28.mar), ministros se reuniram no Palácio da Alvorada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para debater o tema.
FEBRABAN DISCORDA A federação dos bancos divulgou nota nesta 3ª feira dizendo que as instituições financeiras não concordam com o novo teto de 1,97% “por ser um patamar ainda abaixo dos custos vigentes para parte dos bancos que operam essa linha de crédito”. Para resolver o impasse, os bancos se abstiveram da votação no CNPS. Disseram reconhecer que houve avanço da proposta inicial de 1,7% de teto.
“Como a proposta representa um importante avanço em relação ao teto anterior de 1,70%, os bancos, contribuindo para encerrar o impasse e diante de impactos na concessão dessa linha de financiamento que ainda serão avaliados, decidiram se abster na votação”, escreveu a Febraban em nota. Conforme o comunicado, dependerá de cada banco avaliar a viabilidade econômica de oferecerem empréstimos consignados com o novo teto.
Leia a íntegra da nota da Febraban:
“Os bancos, representados pela Febraban, participaram nesta terça-feira da reunião do Conselho de Previdência Social e, inicialmente, discordaram da proposta de teto dos juros do consignado para beneficiários do INSS em 1,97%, por ser um patamar ainda abaixo dos custos vigentes para parte dos bancos que operam essa linha de crédito. Mas, como a proposta representa um importante avanço em relação ao teto anterior de 1,70%, os bancos, contribuindo para encerrar o impasse e diante de impactos na concessão dessa linha de financiamento que ainda serão avaliados, decidiram se abster na votação. Caberá a cada instituição financeira, diante de sua estratégia de negócio, avaliar a conveniência de concessão do consignado para os beneficiários do INSS no novo teto de juros fixado pelo Conselho de Previdência.”
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