Segundo Elmar Nascimento, havia consenso entre líderes da Câmara que a indicação à relatoria da MP do Minha Casa, Minha Vida caberia ao União Brasil
Fonte: www.cnnbrasil.com.br Editado 071Noticias
Em mais uma dor de cabeça para os governistas, o líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA), diz que o partido não abre mão da relatoria da Medida Provisória (MP) do Minha Casa Minha Vida (MCMV), que ficou com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). Por consequência, já está atrasada a definição de quem será o relator da MP referente ao Bolsa Família.
Na última terça (11), Boulos foi designado o relator da MP do MCMV na reunião da comissão mista que analisará o texto. No entanto, o União Brasil alega que tinha prioridade para indicar um deputado à função –no caso, Fernando Marangoni (SP)– e quer que Boulos desista da relatoria.
Caso contrário, Elmar Nascimento disse, nesta quarta (12), que não descarta entrar com uma representação contra Boulos no Conselho de Ética da Casa. Elmar chegou a citar uma “má-fé” de Boulos.
Segundo Elmar, havia consenso entre líderes da Câmara que a indicação caberia ao União, já que o PT ficaria com a relatoria da MP do Bolsa Família e o MDB ficou com a relatoria da MP da reestruturação administrativa do governo federal.
O encontro dos líderes que tratou do assunto ocorreu na residência oficial da Câmara, onde mora o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), em Brasília –em parte, ao mesmo tempo, em que acontecia as reuniões das comissões das MPs, no Senado.
Os governistas tiveram dificuldade para garantir a instalação das comissões, quase não conseguiram quórum. Um dos que não compareceram foi Elmar.
“O PSOL não tem nem tamanho para ser membro de um colegiado de 12 [membros], quanto mais para ser relator. O deputado Boulos foi lá, de má-fé, falou ao presidente [da comissão, senador] Eduardo Braga que tinha sido escolhido, o que não é verdade, pelo colégio de líderes”, declarou o líder do União Brasil.
Lideranças do governo no Congresso Nacional alegam que houve um “desencontro de informações” e “erro de comunicação” na escolha de Boulos como relator da MP do MCMV. Alegam que havia um entendimento prévio para o nome do psolista, embora o acordo não estivesse fechado.
Agora, tentam mediar a situação e cogitam oferecer ao União Brasil a relatoria da MP do Bolsa Família. A função continua em aberto devido à disputa. Inicialmente, seria a vaga que caberia ao PT. Questionado sobre a possibilidade de o União ficar com essa outra relatoria, Elmar disse que não aceitará a eventual proposta.
“Se fosse antes e se tivesse sido proposto, [o União Brasil] até seria [relator da MP do Bolsa Família]. Agora, da forma como foi conduzido, a gente não faz nenhum tipo de conversa. Não há conversa. Vou avaliar se levo ele [Boulos] ao Conselho de Ética ou não.”
“Acho que ele [Boulos] devia renunciar [da função], é o mais correto a fazer”, acrescentou
Marangoni defendeu que a relatoria com Boulos seja revista e disse esperar uma iniciativa do colega. Ele afirmou que não cabe a si próprio abdicar da relatoria do MCMV, mas aos líderes. Ele ressaltou que a preferência do União segue a proporcionalidade de bancadas na Casa.
Enquanto o imbróglio não é resolvido, a MP do Bolsa Família fica com a análise quase que parada. A reunião marcada para esta quarta foi adiada para esta quinta-feira (13). O primeiro prazo de validade de 60 dias da matéria, prorrogável pelo mesmo período, vence em 30 de abril.
À CNN, Boulos disse “preferir acreditar que Elmar está mal-informado” e que seguirá buscando um entendimento quanto à questão.
Seja o primeiro a comentar