Depois de ter se reunido com governadores, presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer parceria com municípios para retomar obras paralisadas
Fonte: www.metropoles.com
Na busca por implementar uma agenda positiva e instituir um marco para os 100 dias de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem intensificado agendas com prefeitos com o objetivo de mapear as obras paralisadas no país e criar uma rotina de entregas.
Nas últimas semanas, Lula teve uma rodada de compromissos com os chefes municipais para atender a pedidos e colher sugestões. Segundo a agenda oficial do presidente, o petista teve seis agendas com prefeitos apenas neste mês de março.
Na lista estão encontros com Eduardo Paes (Rio de Janeiro) e Edvaldo Nogueira (Aracaju), além de agendas com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP).
Antes, Lula mantinha reuniões com governadores, com quem teve oito compromissos desde o início do ano, sendo dois desses encontros com todos os chefes estaduais.
No período, se reuniram de forma privada com o presidente Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Helder Barbalho (MDB-PA); Cláudio Castro (PL-RJ); João Azevêdo (PSB-PB) e Fábio Mitidieri (PSD-SE).
A aliados, Lula tem reforçado a ideia de criar uma agenda de viagens para entregas obras pelo país. “Eu digo para o pessoal que eu quero ficar dois dias em Brasília e cinco dias andando por esse país, para poder visitar pessoas, conversar com pessoas e fazer as coisas acontecerem”, disse a prefeitos, na semana passada.
De acordo com um relatório recente divulgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mais de 8 mil obras estão paralisadas no Brasil, sendo que quase metade delas está relacionada à área de educação. As regiões Nordeste e Norte são as que mais somam obras paradas ou inacabadas nesse setor.
Novo PAC
Na semana passada, o governo anunciou que vai reformular o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das marcas do segundo mandato de Lula, que teve como foco obras de infraestrutura. A nova versão do programa terá outro nome e será coordenada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Segundo ele, a ideia é impulsionar investimentos usando o orçamento federal, concessões e parcerias público-privadas (PPPs). O “novo PAC”, como tem sido chamado no entorno do presidente, deve ser lançado no próximo mês.
“Eu digo todos os dias que o sucesso do PAC, que nós fizemos em 2007, aconteceu porque nós envolvemos prefeitos e governadores a decidirem quais obras eram importantes na sua cidade e no seu estado. Agora nós vamos voltar a fazer a mesma coisa”, afirmou Lula, em agenda com administradores municipais no Palácio do Planalto.
Também está em discussão um estudo para que o novo programa inclua, além das obras de infraestrutura, temas como o combate à fome e à pobreza, a ampliação de bolsas de estudo e ações ligadas ao Ministério da Saúde.
Além disso, governadores e prefeitos têm sido orientados a listarem projetos ligados à pauta verde, sob o argumento de que estes têm mais chance de serem emplacados na nova versão do PAC.
100 dias
Desde o início de seu terceiro mandato, Lula tem pressionado ministros do governo a listarem as prioridades de cada pasta, a serem efetivadas nos primeiros 100 dias de gestão. Nas últimas duas semanas, o presidente tem feito reuniões com ministérios estratégicos para traçar um cronograma de entregas em cada área.
O governo também tem apostado na retomada de programas sociais, como é o caso do “Bolsa Família”, do “Minha Casa, Minha Vida” e do “Água Para Todos”. Este último programa, que foca em investimentos de saneamento e outras medidas relacionadas à água potável, deve ser relançado nas próximas semanas.
Aos 100 dias de gestão, o Palácio do Planalto planeja um evento para que Lula apresente um pacote que envolve obras públicas, articulações tidas como bem-sucedidas com o Congresso Nacional e os famosos “revogaços”.
A ideia é divulgar as ações prometidas durante a campanha eleitoral e garantir que parte dos anúncios mais concretos sejam executados ainda neste semestre.
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