Período de adaptação para motoristas não receberem multas durará 30 dias
Fonte: www.correio24horas.com.br
Os condutores que transitam pelas avenidas Orlando Gomes e Professor Pinto de Aguiar devem ficar atentos à nova velocidade máxima permitida nas vias: 60 km/h. A readequação da velocidade, que era 70km/h em ambos locais, integra um projeto que a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária, elaborou para reduzir o número de acidentes graves na capital.
Com a mudança, os radares de fiscalização eletrônica não vão registrar, nos próximos 30 dias, os casos de veículos que transitarem nas vias excedendo os 60 km/h, para que os condutores se acostumem com a mudança. Ou seja, a velocidade adotada pelos radares de fiscalização eletrônica continuará sendo 70 km/h neste período de adaptação. A sinalização já está sendo modificada nesta semana alertando sobre alteração. Letreiros eletrônicos também serão instalados provisoriamente na via para informar sobre a alteração.
“É preciso destacar que a intenção da Transalvador, com essa alteração, não é notificar condutores, mas, sim, preservar vidas, reforçando a segurança viária. Por isso que antes da efetiva fiscalização, adotamos essa fase educativa, com reforço da sinalização, para melhor informar os motoristas e motociclistas”, explica Decio Martins, superintendente de Trânsito de Salvador.
O novo limite de velocidade se deu após análise do fluxo e um estudo do comportamento do trânsito no decorrer dos anos, que envolve número de acidentes, vitimados nos locais e atropelos, por exemplo. Somente em 2022, a Transalvador registrou 11 acidentes na Orlando Gomes, que deixaram 10 pessoas feridas e duas mortas. Na Pinto de Aguiar, o número foi maior. Foram notificados 17 acidentes na via, com 17 pessoas feridas e duas mortas.
Um levantamento mais recente realizado por consultores da Iniciativa Bloomberg constatou, a partir de registros feitos pelos radares da Transalvador, que a velocidade média de tráfego de veículos na Av. Orlando Gomes é de 47 km/h, enquanto na Pinto de Aguiar é de 44 km/h, portanto, inferiores aos 60 km/h. Por dia, transitam aproximadamente 10 mil veículos pela Orlando Gomes, somente no sentido Paralela, e 9 mil automóveis no sentido Orla. Na Pinto de Aguiar o fluxo diário chega a cerca de 6 mil automóveis com destino à Orla e 14 mil veículos no sentido Paralela.
Para Decio Martins, as mudanças propostas pelo projeto visam proteger, sobretudo, os mais vulneráveis, como os pedestres. “A alteração na velocidade máxima visa readequar o fluxo ao comportamento das vias. São dois trechos com escolas, estabelecimentos comerciais, grande fluxo de pedestres, aliado a isso, percebemos que os condutores trafegam pelo local, em média, com velocidades menores que 60 km/h. Então, fizemos essa adaptação, que é adequada às vias e visando, principalmente, reforçar a segurança viária”, explica o superintendente.
Mais vidas preservadas – Desde 2019, todos os 12 locais que tiveram as velocidades máximas readequadas apresentaram reduções no número de vítimas no trânsito. O caso de maior destaque é a Av. Joana Angélica, no centro da cidade, que teve a velocidade reajustada em dezembro de 2020 e apresentou uma redução de 71% nas vítimas, passando de 14 para 4 após a mudança.
A Av. Luís Eduardo Magalhães, que teve a velocidade máxima readequada em janeiro de 2020 para 70 km/h, foi a via que apresentou a maior queda em números absolutos. Nos 24 meses anteriores à alteração a Transalvador registrou 108 vítimas em decorrência de acidentes na via, contra 59 vítimas nos 24 meses após a redução.
“Nossos técnicos e agentes têm constatado, a partir de análises e estudos, que essas readequações reforçam a segurança viária da capital. Essa é uma tendência internacional que tem resultado em vidas preservadas na cidade”, afirma Decio Martins.
Perigos
A velocidade é um fator de risco que contribui tanto para a ocorrência de um acidente de trânsito, como para a severidade do mesmo. De acordo com um relatório da World Resources Institute (WRI), um atropelamento a uma velocidade de 60km/h, equivale a aproximadamente uma queda do 6º andar e 98% de chance de o pedestre vir a óbito. Por isso que, segundo Organização Mundial de Saúde – OMS, a velocidade é a principal causa de acidentes de trânsito que resultam em mortes e ferimentos graves, especialmente em países de baixa e média renda, como o Brasil.
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