Reeleito para a presidência do Senado, Rodrigo Pacheco prega que a “polarização tóxica” seja definitivamente erradicada do país. Parlamentar faz “defesa intransigente da democracia e destaca que discurso golpista tem de ser desestimulado
Fonte: www.correiobraziliense.com.br
Reeleito para a presidência do Senado por 49 votos a 32, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) fez um discurso veemente pela pacificação do país e em defesa da democracia. O parlamentar eleito por Minas Gerais derrotou, no pleito, o candidato bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN). Pouco antes, a Casa deu posse aos 27 senadores eleitos em 2022.
Após a vitória, Pacheco enfatizou que “o Brasil precisa mesmo de pacificação”. Segundo ele “poderes da República precisam trabalhar em harmonia, buscando consenso pelo diálogo”.
“Pacificação é, enfim, estar do lado certo da história, o lado que defende o Brasil e o povo brasileiro. Para isso, a polarização tóxica precisa ser definitivamente erradicada do nosso país”, frisou.
Como exemplo das consequências atrozes da polarização, citou a depredação dos prédios dos Três Poderes, no último dia 8, e enfatizou que os ataques estão sendo superados, mas não serão esquecidos. “Tenhamos ações redobradas de preservação da nossa democracia. O recado que o Senado dá ao Brasil, agora, é que manteremos a defesa intransigente da democracia”, destacou. “As lideranças políticas que têm compromisso com o Brasil não podem se omitir neste momento. O discurso golpista que aflige e afasta a democracia deve ser desestimulado.”
Visivelmente emocionado, o presidente reeleito cumprimentou o adversário ao subir à tribuna e sentar-se à cadeira da presidência do Senado, na qual ficará por mais um biênio. “As disputas democráticas robustecem as instituições, fortalecem a democracia e favorecem o diálogo”, ressaltou. “Diante disso, cumprimento o senador Rogério Marinho, a quem rendo minhas homenagens pela disputa travada. A essência da democracia deve ser esta: solucionar disputas e fazer a divergência pacificamente.”
O parlamentar destacou a atuação que teve na gestão anterior, quando defendeu a vacina no combate à pandemia e reprovou o negacionismo. Também mencionou o enfrentamento às notícias falsas e lembrou ter pedido à Câmara a apreciação de um projeto sobre o tema, já aprovado pelo Senado. O presidente do Congresso argumentou que as redes sociais não podem ser uma “terra sem lei” e que se deve estabelecer limites na internet.
“As pessoas não podem agredir umas às outras, independentemente de ser pessoa pública ou não, com argumentos falsos, com verborragia muito agressiva. É muito importante nos mobilizarmos dentro do estabelecimento desses limites”, frisou. “A falta desses limites tem atrapalhado muito o Brasil, tem contaminado as relações entre as instituições, a relação entre as pessoas na sociedade de modo geral”, acrescentou.
Vigilante
Já Marinho fez uma campanha em que atacou Pacheco sob alegação de inação do Congresso na defesa de parlamentares punidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Depois da derrota, disse que trabalhará para que a Casa “faça, de fato, o papel que a sociedade espera dela”. “No nosso papel de oposição ao governo, estaremos vigilantes, mas defendendo a instituição”, prometeu.
Os últimos dias de campanha foram marcados por intensa articulação por parte das duas candidaturas. A disputa pelo comando da Casa repetiu a polarização da eleição presidencial do ano passado. “Estávamos muito confiantes de que se a eleição fosse ontem ou hoje, teríamos a grande oportunidade de vitória. Mas o fato é que houve um trabalho muito forte do nosso adversário, do próprio governo”, argumentou Marinho.
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