Estrutura nos Estados abrigará aliados do atual governo, em negociações que devem andar nos próximos dias
Fonte: www.poder360.com.br
As negociações de cargos do Executivo federal nos Estados devem acelerar agora que as chefias nacionais dos principais órgãos estão quase todas decididas. O Poder360 apurou que, entre as estruturas disputadas, as conversas mais adiantadas envolvem os Correios.
Cargos da estatal nos Estados devem ter indicados de União Brasil, PSD e do próprio PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outra parte dos postos deve ser ocupada por funcionários do quadro da empresa sem apadrinhamento de congressistas.
O novo presidente da empresa, Fabiano Silva, é ligado ao Prerrogativas –grupo de advogados críticos à Lava Jato que apoiou Lula na eleição.
O Ministério das Comunicações, ao qual os Correios são vinculados, é comandado por um político do União Brasil, Juscelino Filho. A sigla tem, ainda, o Ministério do Turismo, sob Daniela Carneiro.
E indicou o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT). Tudo foi negociado com Lula pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
O acordo costurado por Alcolumbre, porém, não está sendo o suficiente para garantir apoio do União Brasil ao governo no Congresso. Principalmente entre deputados da sigla, há ameaça de não acompanhar o Planalto em votações importantes.
FNDE NAS CONVERSAS O governo faz o possível para atrair os políticos do União Brasil sem desagradar outros aliados. O partido deverá ter também cargos no FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação).
O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), escolheu Fernanda Pacobahyba para presidir a estrutura. É um nome de sua cota.
Devido ao tamanho do orçamento do órgão (R$ 84 bilhões previstos para 2023), os diretores subordinados à presidente também têm grande poder. Daí a vontade de políticos de colocar apadrinhados nesses postos.
Também faz parte do esforço do Executivo para fortalecer seu apoio no União Brasil a manutenção do poder de Elmar Nascimento, líder do partido na Câmara, sobre a presidência nacional da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
Elmar esteve próximo de ser ministro nos momentos finais da transição de governo, mas petistas da Bahia barraram a indicação. O deputado é adversário político do PT no Estado.
ACORDOS LOCAIS O Planalto negocia com seus aliados para que, sempre que possível, os nomes indicados nos Estados sejam de consenso entre mais de uma força política.
Esse movimento é uma tentativa de pacificar a base principalmente em Estados pequenos, onde há pouca estrutura federal disponível, e nos casos dos cargos mais disputados dos maiores Estados.
A Secretaria de Relações Institucionais, do ministro Alexandre Padilha (PT), tem considerado as negociações estaduais uma 2ª rodada de indicações de aliados. A pasta é responsável pela distribuição dos cargos.
Além das estruturas locais dos Correios, também são cobiçados cargos em órgãos como Codevasf, Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) e do Ministério da Saúde.
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