Especialista fala dos cuidados com a saúde mental dos idosos

FATOS GERANDO CONTEÚDOS > “Avó de um dos participantes do reality show BBB23 ao vê-lo no programa passa mal e é hospitalizada ”.

071Notícias De olho nos fatos do cotidiano- acompanhamos o ocorrido e preparamos esse material exclusivo.😊

https://www.correiobraziliense.com.br/diversao-e-arte/2023/01/5067033-bbb-23-avo-de-cristian-e-hospitalizada-apos-ver-neto-no-reality.html

A partir daí fomos conversar com uma especialista. Dê o play ou leia a transcrição. Dúvidas ou sugestões, pode falar.

ÍNTEGRA DA ENTREVISTA COM A PSICÓLOGA KEILA JAYANE

071Notícias: Vamos falar da saúde dos idosos

Falar sobre a saúde mental dos idosos

É muito importante, uma vez que é uma etapa da vida marcada por diversas mudanças, tanto socioemocionais quanto biológicas. É uma fase também com uma alta taxa de depressão e com risco associado de suicídio. Então, é importante a gente estar atento aos sinais, aos comportamentos que o idoso apresenta.

Do ponto de vista socioemocional tem-se a saída dos filhos de casa, aposentadoria, perda de entes queridos, às vezes do próprio cônjuge, a diminuição das interações sociais.

Do ponto de vista biológico, existe a questão degenerativa da própria idade, a perda de mobilidade, às vezes perda de visão, de audição, perda de memória, a perda da autonomia, e às vezes; a perda da mobilidade gera dependência de outras pessoas, e isso tem um impacto significativo na saúde emocional do idoso.

Então é muito importante ficar de olho no comportamento. Se era uma pessoa ativa que gostava de sair, que gostava de se comunicar e quando chega na fase idosa começa a ficar mais introspectivo, mais isolado, não quer conversar, não quer sair, não demonstra prazer nas atividades diárias, não demonstra interesse em outras atividades; então, são situações que cabe levar esse idoso pra uma avaliação especializada ou com psicólogo ou com psiquiatra – ver se não tem um adoecimento emocional já se manifestando nessa fase, pra que se possa cuidar e tratar né, de forma adequada.

O que é que pode ser feito do ponto de vista da prevenção dos agravos do adoecimento emocional para o idoso, como estratégia de cuidado? Está incentivando esse idoso a desenvolver autonomia – e aí, se for uma pessoa com dependência ou com perda de mobilidade grave?

Está sempre incentivando, né? Os planos, as metas, tá! – Mas esse ano o que você quer fazer, o que você teve vontade de realizar e não conseguiu até agora? Será que não é possível realizar? E se você não tiver metas pra você, será que não pode ter metas que envolvam os familiares, os filhos, né?

Às vezes comprar presentes para neto, ver o neto ou filho casado são metas pra manter viva, né – essa expectativa essa esperança de vida, do dia a dia que é importante de incentivar no idoso.

E se for um idoso que ainda tenha mobilidade, tenha autonomia, sempre incentivar que ele faça as coisas por ele. Por mais que demore, né? Porque tem a lentificação mesmo própria da idade. Mas delegar algumas tarefas que ele é capaz de cumprir diante das limitações dele – já é importante.

Então, ter um cuidado, um olhar diferenciado, entender que é uma fase sensível, né? Porque é uma fase rodeada de perdas, tem a iminência da morte, né? É uma fase que a gente começa a pensar muito mais na morte. Então, quando a família tem um olhar um pouco mais carinhoso e cuidadoso já ajuda muito esse idoso a passar por essas transformações e essas emoções que ele está sentindo.

Por exemplo, o idoso que ele é dependente – tentar sempre passar pra ele essa questão do cuidado, do prazer que é cuidar dele. Por mais que às vezes seja penoso, mas demonstrar né, o afeto – porque quando a dependência é grande, às vezes o idoso tem a sensação de peso, de que – eu estou dando trabalho; de que, – eu sou mais uma responsabilidade, – isso é um fator de risco pra adoecimento mental.

Então, está sempre demonstrando afeto, incentivando esse idoso.

Se é idoso que consegue ler, – incentivar a leitura; o idoso que consegue desenvolver atividades artesanais, – vamos incentivar essas atividades artesanais; a participação de jogos, – jogar com esse idoso.

É um idoso que ele já tem de fato um comprometimento maior; que ele só consegue ficar assistindo ou ouvindo noticiário?

Conversar com ele a respeito disso; – o que é que você assistiu hoje; – o que é que passou, o que é que aconteceu de interessante? São fatores de proteção para o adoecimento, né?

Mas sempre que perceber qualquer sinal de alerta, qualquer mudança acentuada de comportamento, buscar uma avaliação especializada para que se possa fazer o tratamento adequado.

Keyla Jayane de Barros Santos,
Psicóloga e especialista em Terapia cognitivo comportamental, CRP 3/12032.
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